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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

DICA DE HOJE: ... e você? tem? ...



Todo mundo tem – por Fernanda Rossi 
Algumas pessoas quando diante de um problema tem um pensamento recorrente: “isso só acontece comigo!”
Como é fácil pensar assim. Olhando de longe a vida dos outros parece sempre tão mais bonita, agradável, fácil e cheia de coisas boas.
Contudo, quem se compara sempre sai perdendo, pois de fora tudo é melhor. E não sabemos o que vai dentro do coração do outro. Ninguém coloca nas redes sociais fotos de briga ou choro, ninguém deixa desaforos de outros expostos na sua página de contato. Ninguém sai na balada ou fica no barzinho aos prantos. Ninguém fica contando pra quem nunca viu os dilemas que tem na vida. Ao contrário, todos mostram o bom, o bonito, o elogio, o carinho. Ou ficam em silêncio, vão embora, se afastam.
Só que de perto, no convívio com o outro percebemos que problemas todos tem, sem exceção. Alguns maiores, outros menores, mas sempre há. Há os que não contam, o que não significa que não os tenha.
Estar vivo é ter que enfrentar lutas, decepções, fracassos, desentendimentos. Isto todos tem.
A música Ciranda da bailarina de Chico Buarque fala exatamente sobre isto:
“Procurando bem todo mundo tem pereba marca de bexiga ou vacina. E tem piriri, tem lombriga, tem ameba, só a bailarina que não tem. E não tem coceira, verruga nem frieira, nem falta de maneira ela não tem. Futucando bem todo mundo tem piolho ou tem cheiro de creolina. Todo mundo tem um irmão meio zarolho, só a bailarina que não tem. Nem unha encardida, nem dente com comida, nem casca de ferida ela não tem. Não livra ninguém. Todo mundo tem remela quando acorda às seis da matina. Teve escarlatina ou tem febre amarela, só a bailarina que não tem. Medo de subir, gente. Medo de cair, gente. Medo de vertigem quem não tem? Confessando bem, todo mundo faz pecado logo assim que a missa termina. Todo mundo tem um primeiro namorado, só a bailarina que não tem. Sujo atrás da orelha, bigode de groselha, calcinha um pouco velha ela não tem. O padre também pode até ficar vermelho se o vento levanta a batina. Reparando bem todo mundo tem pentelho, só a bailarina que não tem. Sala sem mobília, goteira na vasilha, problema na família quem não tem? Procurando bem todo mundo tem.”
A bailarina que Chico se refere na música eu entendi como sendo a bailarina da caixa de músicas. Lembra aquela caixa de porta-joias que quando abria levantava uma bonequinha com vestido de bailarina que rodava ao som de uma melodia? Acho que toda menina com mais de 20 anos deve ter tido ou visto uma destas na infância.
Lembrou?
Linda não! Só ela não tem problemas. E não tem porque não está viva.
Pois as bailarinas de verdade tem dor no pé, joanetes, tem que manter o peso, treinar mesmo esgotadas e isso só pra citar algumas das dificuldades da profissão. Há, ainda, sua vida pessoal.
Desta maneira, todos que estamos vivos temos que aprender a conviver diariamente com as barreiras e buracos que a vida nos impõe. Não há mar de rosas pra ninguém, as lutas são muitas, as angustias constantes e os prazeres nem sempre tão intensos ou duradouros. Mas é muito melhor do que ser um objeto inanimado ou morto.
Ter problemas é sinal de estar vivo. Porém, podemos também descobrir que somos mais fortes que eles, que podemos enfrentá-los, vencê-los e ir além, que as dificuldades podem nos abater, mas não nos destruir. Entender isto talvez seja um caminho para viver melhor.
Quando paramos de olhar para o que os outros tem e voltamos este olhar para o que temos, se torna possível descobrir e desenvolver possibilidades e capacidades que são os ingredientes necessários para vencer.
Bem-vindo a vida real, a vida de quem existe, respira, pensa, deseja, tem profissão, amigos e família.
Com tudo isto no currículo, esperar não ter problemas não seria uma ilusão?


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